top of page

Introdução - Aspectos Gerais:

 

  - A estenose do canal medular  ou espinhal, ou  do  canal raqueano,  também conhecida como  síndrome do canal estreito, é a modificação  do diâmetro do canal  medular onde ocorre o estreitamento do espaço ósseo. Neste canal  passam as  estruturas anatômicas  do sistema nervoso central  e  periférico, ou seja, os nervos e a medula espinhal.

    Esta doença  é muito mais  comum  em  pessoas  com  idade  superior a 60 anos.  No entanto, pode  ocorrer  em  pessoas  mais  jovens que  apresentam  o estreitamento  por  uma situação congênita.

 

    A idade é um fator desencadeador, quando falamos na doença adquirida, ou seja, a doença degenerativa  discal, onde a artrite contribui  com as alterações do canal medular, causando danos as articulações, e ao  ligamento amarelo, os quais  vão tornando-se  espessados, e também contribuem para  diminuir  o diâmetro do canal espinhal resultando na  estenose.

 

O estreitamento do diâmetro do canal medular comprime os  nervos espinhais, causando um processo inflamatório, e assim esta  compressão causando a dor, dormência, formigamento, câimbras, até mesmo a diminuição da força muscular (fraqueza) nas pernas, braços, e  contribuindo  com a dificuldade para  caminhar  à  pequenas  distâncias.

 

A finalidade desta informação é ajudar você a entender:

  • A anatomia da coluna vertebral relativa a estenose espinal;

  • Os sinais e sintomas da estenose espinal lombar;

  • Como é feito o diagnóstico ;

  • Quais as condutas  de  tratamentos disponíveis para a estenose  do canal vertebral.

-Anatomia: vide -Anatomia da coluna vertebral.

O que é estenose espinhal ?

 

  - A estenose do canal medular ou espinhal, ou do canal raqueano é uma condição degenerativa  que  ocorre  gradualmente, ao longo do tempo, e se refere  à :

   

    1 - Um  estreitamento dos canais radiculares (foramens neurais), onde  passam os     

       nervos  espinhais  originários  da medula  espinhal da coluna vertebral;

    2 - Alargamento das articulações das facetas articulares das  vértebras com crescimento    

       ósseo e dos ostófitos;

    3 - Enrijecimento do ligamento amarelo, o qual contribuí para  diminuir  o diâmetro do  

        canal  medular;

    4 - Alterações  ósseas das lâminas das  vértebras presença de um super crescimento de

         osteófitos e osso.

 

Estas alterações desencadeiam  a estenose  do canal vertebral

01.png

A vértebra com o canal medular estreitado, e presença do ligamento amarelo alargado, a presença de osteófitos, e aumento das articulações das facetas articulares mediante um processo osteoartrótico, e assim crescem para o interior do canal medular, e assim desencadeando uma diminuição do diâmetro do canal raqueano / medular chamado de estenose central do canal medular, comprimindo as estruturas nervosas.

       A Estenose pode ocorrer ao longo de qualquer área da coluna vertebral (cervical, torácica, lombar), mas é mais comum na região lombar.

        O canal espinhal  estreita com a idade; no entanto, para a maioria das pessoas não existe presença de eventuais sintomatologia. Estreitamento do foramen da raiz nervosa (estenose foraminal-lateral) promove uma compressão dos nervos espinhais, causando um processo inflamatório, e  consequentemente  dor. Quando compromete os membros  superiores  por  uma  estenose  do canal medular cervical, a dor no pescoço, e nos membros superiores, é chamada cervicobraquialgia. Se o comprometimento for  na região da coluna lombar a dor nos membros inferiores é chamada de  uma dor tipo lombociatalgia. O estreitamento do canal espinhal (estenose central) comprimindo a medula espinhal causando déficit  motor (fraqueza  das  pernas), e alterações  da  sensibilidade (Parestesias, formigamento, dormência), e  às  vezes  câimbras.

 

DIAGNÓSTICO:

História clínica:

 

- Primeiramente o paciente deverá procurar um médico especialista, como por exemplo um neurocirurgião, ou um especialista em coluna vertebral. O paciente será submetido  à uma avaliação médica  sobre a história atual, e a sua queixa mais importante, e há quanto tempo iniciaram-se os sintomas.

 

 

   Será importante  conhecer   sobre  seu estilo de vida diário, sua atividade profissional, se realiza atividades esportivas, físicas, e sobre a evolução da  dor, e o que pode estar contribuindo com os sintomas apresentados, como por exemplo: o caminhar melhora ou o seu quadro?

 

   Quanto mais informações você compartilhar com seu  médico  o diagnóstico será concluído mais  facílmente. As perguntas habituais  incluem:

  • Quando a dor começou?

  • O local da  dor?

  • Qual é a intensidade?

  • A dor é localizada, ou irradia-se para outras partes do corpo, como braços, mãos, pernas , pés, etc.

  • Quais os  fatores  melhoram ou pioram a sua dor?

  • Você tem alguma fraqueza nas mãos, pernas, não consegue subir escadas por exemplo ?

  • Existe alguma  perda de sensibilidade nas mãos, braços, pés, pernas, região glútea, etc.

  • Apresenta  câimbras em suas pernas  ao caminhar, aperto da  região posterior das  pernas (panturrilhas), e necessita  parar e sentar?

  • Atualmente  alguma  situação tem modificado a sua  função urinária, ou da bexiga ou intestinos?

 

Quais são as causas?

 

 - Conforme o ser humano envelhece, os seus ossos sofrem alterações degenerativas que fazem parte do próprio processo natural de envelhecimento. A osteoartrite é a causa mais comum da estenose espinal. O disco intervertebral, presente  entre as vértebras sofre um processo degenerativo, desidratando-se, ficando ressecado e mais retraído. Existe uma perda de massa óssea, e assim os osteófitos vão se  desenvolvendo, e as articulações intervertebrais por própria  carga do corpo, e com uma tensão muscular aumentam o seu tamanho, ou seja, uma reação inflamatória das articulações da facetas articulares que muitos podem desenvolver a chamada estenose do canal vertebral. Quanto maior for uma faceta articular  comprometida menor será o  espaço disponível no canal raqueano comprometendo as raízes  espinhais e  a  medula.

 

    A estenose também pode ser causada por outras condições degenerativas, tais como espondilólise, a espondilolistese, a  lesão traumática, a fratura vertebral, e deslocamento do corpo vertebral; situações  como a artrite reumatoide ou espondilite anquilosante, ou condições metabólicas, tais como a doença de Paget, uma lesão tumoral, etc.

 

Quais são os sintomas?

 

         Os sintomas geralmente se desenvolvem ao longo do tempo ou pode ocorrer como um início súbito de dor. Você pode sentir uma dor tipo compressão, ou uma sensação de fisgada, e por vezes acentuada e grave em diferentes áreas, dependendo de qual parte do canal vertebral esteja comprometido. A dor pode ir e vir ou só ocorrer durante certas atividades, como caminhar, com câimbras.

 

  A estenose lombar  pode causar dor,  formigamento ou dormência, e inicia-se  habitualmente nas nádegas e irradia-se  para a face posterior  de ambas os coxas, e  para as pernas, e  conhecida  como dor ciática ou lombociatalgia . A estenose do canal lombar também causa claudicação neurogênica, uma dor compressiva na face posterior das pernas, e  uma fraqueza nas pernas e pés, e geralmente melhora com quando  em posição sentada e repouso, e até com flexão anterior do tronco.

 

  Ao longo do tempo os sintomas aumentam, reduzindo a resistência física, e  necessitando de um apoio, como um andador, para  minimizar  o quadro doloroso.

 

  A dor nas pernas  também pode ser um sinal de claudicação vascular, decorrente de um estreitamento das artérias  causada por doença arterial periférica. É importante que o médico tenha uma conclusão  se os seus sintomas nas pernas são causados por doença arterial periférica ou uma estenose lombar. A principal diferença é que a claudicação vascular é pior quando o paciente caminha em uma situação mais íngreme, e não é aliviada pela inclinação anterior do tronco.

02.png

Estenose da Coluna Cervical / Estenose espinhal cervical

 

As causas:

 

- Para um entendimento da estenose espinhal no segmento cervical da coluna vertebral, primeiro é necessário que se desenvolva  uma compreensão do segmento cervical, ou seja, o corpo cervical superior, o disco intervertebral, e o corpo vertebral inferior. Quando ocorre um processo compressivo dos corpos vertebrais junto ao disco intervertebral, ocorre  uma  dilatação do mesmo, podendo ocorrer a extrusão do núcleo do disco intervertebral.

   O disco intervertebral mantém-se no mesmo lugar, e progressivamente vai entrando em colapso. O espaço entre cada vértebra torna-se menor, assim afetando as articulações das facetas articularem da coluna vertebral. O colapso também afeta a maneira que as articulações  das facetas articulares na região posterior da coluna vertebral. A cartilagem articular que cobre a extremidade dos ossos em qualquer articulação com o tempo vai causando uma  pressão anormal, uma sobre a outra, e vai promovendo um desgaste, causando a lesão chamada de artrite (osteoartrite) das articulações. Os osteófitos podem se  formar em torno das articulações, do disco intervertebral e da faceta articular. O excesso de movimento  de  um segmento da coluna vertebral sobre o outro, resultante de uma carga axial (peso) faz com que o osso forme um processo inflamatório, e  consequentemente formam-se os  osteófitos.

 

Os sintomas:

 

Os sintomas são muito variados de acordo com a região  comprometida. Um nervo comprimido a partir de uma hérnia de disco, ou os osteófitos podem formar-se em torno dos nervos da coluna, causando uma condição chamada estenose espinhal com comprometimento do canal medular, ou do foramen neural, comprimindo  os  nervos  espinhais, e provocar uma  dor dor no pescoço, dor escapular, nos membros  superiores, conhecido  como cervicobraquialgia, ocasionando um quadro somente de dor, ou até mesmo com  alterações  da  sensibilidade, dormência, ou perda da força  muscular. Em algumas situações compromete os  membros  inferiores (pernas–pés) .

    A  chamada  mielopatia cervical, resultante de uma compressão medular cervical,  pode afetar tanto os braços e as pernas, e nestes casos observamos  pelo estudo de ressonância nuclear magnética da coluna  cervical uma lesão medular de característica hiperintensa  (de cor branca) decorrente da compressão medular, normalmente  de evolução crônica, e resultante de  espessamento dos ossos da coluna vertebral, ligamentos, osteófitos que ali  se formam, alterações  do  disco intervertebral.

    A compressão sobre a medula espinhal, resultando na chamada  estenose cervical pode causar dor,  diminuição da  força muscular e espasticidade nas pernas, comprometendo  o paciente  ao caminhar, com perda  do seu controle, apresentando quedas, e necessitando caminhar  com apoio/  auxílio.
   Poderá ser observado a dormência em ambas as extremidades superiores e as extremidades inferiores. Seus reflexos podem estar aumentados nas pernas. O formigamento ou dormência que se irradia a partir do pescoço, abaixo dos ombros, braços e mãos podem estar presentes, e  sinais perda da sensibilidade táctil, e espasticidade nos braços e pernas, é chamado de mielopatia cervical espondilótica. Se for observado sinais de fraqueza da perna (queda do pé) ou dificuldade em controlar a bexiga ou a função intestinal, deverá procurar ajuda médica imediatamente. Este é um sinal conhecido como Síndrome de cauda equina.

 

Como é feito o  diagnóstico?

 

Exame físico geral  e  Neurológico:

 

    Depois de obter a  história clínica- neurológica detalhada, o médico irá realizar  um exame físico geral e neurológico. Isso permite ao médico descartar possíveis causas de dor, e tentar determinar a origem dos seus sintomas. As áreas do seu corpo que serão examinadas dependerá de onde você estiver sentindo a dor, por exemplo: - pescoço, costas, braços, pernas, pés, etc. O exame  físico  compreende avaliar:

 

 

  • Movimentos da coluna cervical / pescoço, e coluna lombar, como flexão extensão, e lateralização, se desencadeia dor, incapacidade, alterações sensitivas e motoras.

  • A palpação dos processo espinhosos .

  • A estenose  do canal medular  ou espinhal, ou  do  canal raqueano = Teste de  força muscular  dos membros superiores e inferiores, pés, mãos, dedos, etc. Provas de resistência serão aplicadas.

  • Avaliação da marcha do paciente. Caminhar na ponta dos pés, e calcâneo.

  • Postura / Atitude do paciente em pé  e caminhando.

  • Observar  alinhamento da coluna vertebral.

  • Testes de sensibilidade  táctil, dolorosa.

  • Alterações sensoriais: Poderá ocorrer algumas algumas sensações em áreas específicas dos pés ou das mãos.

  • Pesquisa dos  reflexos  dos membros  superiores  e  inferiores.

 

 

Diagnóstico:

 

-  Antes  que  seu médico  possa elaborar um plano de tratamento após uma história completa com exame físico e neurológico realizados serão necessários para determinar a origem dos sintomas e eventuais déficits neurológicos, os exames  de imagem.

 

   O seu médico poderá orientá-lo a  realizar um ou mais dos seguintes exames de imagem: raios-X simples da coluna vertebral, ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada, eletroneuromiografia  dos membros  superiores e inferiores, potencial  evocado, ou o estudo doppler arterial para um diagnóstico diferencial, e exames  laboratoriais  que  poderão auxiliar  em patologias  infecciosas, tumorais, etc.

 

   Um raio-X é um exame  de imagem na avaliação óssea  do esqueleto, e da sua coluna vertebral. Se o seu médico suspeitar de degeneração vertebral, raios-X pode ser usado para verificar: a diminuição da altura do espaço entre os discos, osteófitos, esclerose dos foramens  neurais (endurecimento-calcificações), hipertrofia faceta articular (alargamento), e instabilidade durante a flexão ou extensão da coluna cervical, com sinais de espondilolístese, sinais de fratura, perda óssea, modificações do alinhamento da curvatura da coluna vertebral como sinais de escoliose e  cifose, etc.  O raios-X demostram  a estrutura óssea, mas não consegue-se por  este exame de imagem avaliar o tecido mole, com disco intervertebral, músculos, ligamentos, nervos, etc,

Raio-X : degeneração do disco cervical-diminuição do espaço intervertebral –reações osteofitárias.

03.jpg
3b.jpg

    A ressonância magnética (RNM) é um exame não invasivo que utiliza um campo magnético para dar uma visão detalhada dos tecidos moles da sua coluna. Os estudos de imagem são realizados em visão: sagital (lateral), axial (transversal), e coronal (frente).

Ao contrário de um raio-X, os nervos e os discos são claramente visíveis. Este exame de imagem permite que o seu médico avalie a sua coluna vertebral, a medula, os nervos, o disco intervertebral, etc, em vários  planos  anatômicos, como sagital, axial, e  coronal.

 

  A RNM poderá ser realizada com um contraste injetado em sua corrente sanguínea, que contribuí enormemente em diagnósticos inflamatórios, infecciosos, neoplásicos, etc. Além de compressão do nervo, a ressonância magnética também pode detectar super crescimento ósseo, edema ósseo, edema  de ligamentos e músculos, tumores da medula espinhal, ou abscessos.

 

    A RNM, irá demonstrar o tamanho do diâmetro do canal raqueano, ou seja,  se  existe ou não sinais de estenose.

 

  Em situações de hipótese diagnóstica da estenose do canal lombar poderá ser realizado a ressonância com "carga de compressão axial", a qual fornecerá dados preciosos comparativos onde o exame convencional, será realizado sem a carga axial na coluna vertebral, e outra fase do exame será aplicado uma carga de tração em seu corpo para realizar as medidas do diâmetro do canal raqueano lombar. Esta especificação do exame permite contribuir com diagnósticos mais precisos de um canal raqueano com sinais de estenos e relativa ou absoluta (Parâmetros utilizados por Schönström, Spine 1988).

 

A tomografia computadorizada (TC) é um exame seguro, não invasivo que utiliza um feixe de raios-X e um computador, com cortes em planos  sagital –axial e coronal da coluna vertebral, e reconstruções  tridimensionais. Também  pode-se utilizar  um meio de contraste para  contribuir  no seu diagnóstico.

 

A eletroneuromiografia (ENMG) irá contribuir para a hipótese diagnóstica de um comprometimento da região cervical, ou lombar, demonstrando alterações de ordem medular, ou mais  habitualmente o comprometimento radicular, ou seja, as lesões dos nervos espinhais cervicais, ou lombares por  compressão de osteófitos, estreitamentos  do canal raqueanos, etc.

Quais os tratamentos estão disponíveis?

 

-  Não existem medicamentos ou tratamentos que podem parar ou curar a estenose espinhal. O tratamento conservador, não cirúrgico, é o primeiro passo para controlar sintomas mais leves de estenose espinhal a moderada. No entanto, se você tem dor incapacitante grave e significativa dificuldade para caminhar, o seu médico poderá  recomendar o tratamento cirúrgico.

 

Tratamentos não cirúrgicos

 

- Usando a postura de maneira correta e manter sua coluna em alinhamento são as medidas  mais importantes que você poderá  fazer para uma  melhora do seu quadro  de dor lombar e lombociatalgia. A curvatura lombar inferior carrega a maior parte de seu peso, e o alinhamento de forma adequada desta região poderá evitar danos em suas vértebras, discos intervertebrais, e outras partes da sua coluna vertebral.

   Você necessitará fazer ajustes na sua postura  diária, quando sentado ou em pé, dirigindo, e  hábitos  de  sono, e aprender maneiras adequadas de  levantar, fletir-se, etc. Você pode ser capaz de retardar a progressão da estenose por não fumar e manter um peso  mais  adequado ao seu corpo, que é apropriado para sua altura e estrutura corporal.

 

Fisioterapia: O objetivo da fisioterapia é ajudar você a voltar à plena atividade o mais rápido possível. Os fisioterapeutas poderão instruí-lo sobre a postura correta, como caminhar, sentar, e eles vão trabalhar com você para fortalecer os músculos das costas, pernas  e  região  abdominal.  Os exercícios de fortalecimento são elementos chave para o seu tratamento e deve tornar-se parte de sua forma física ao longo da vida.

 

Medicação:

 

Anti-inflamatórios não esteroides, são utilizados  ​​para reduzir a inflamação, e assim   aliviar  o quadro doloroso.

 

  Os mio-relaxantes auxiliam no relaxamento e na dor da  cadeia muscular.

 

 Os analgésicos, como paracetamol, codeína, tramadol, etc, podem aliviar a dor, mas não têm os efeitos anti-inflamatório. O uso a longo prazo de analgésicos e anti-inflamatórios podem causar úlceras, gastrites, bem como problemas nos rins e fígado, então sempre  procure  uma orientação médica.

 

 Os esteróides podem ser prescritos para reduzir o edema e a inflamação dos nervos, e articulações.

 

 As injeções de esteróides na área de sua estenose espinhal, e do nervo comprometido  podem ser prescritos se a dor é intensa, para  tentar  aliviar o quadro  doloroso  em  condições específicas.

 

 A denervação da faceta articular, é um procedimento cirúrgico mínimamente invasivo, onde  é onde é injetado corticosteróide e um agente anestésico, na  região da  articulação da faceta comprometida, sob radioscopia, e em regime de internação hospitalar.

Os tratamentos cirúrgicos:

 

-   O tratamento cirúrgico da  estenose do canal vertebral, conhecido como microcirurgia (cirurgia com utilização de microscópio cirúrgico), é realizada na região lombar posterior, e envolve uma descompressão, ou a remoção das estruturas ósseas comprometidas, como laminas das vértebras, as articulações, ligamento amarelo, para descomprimir a medula, e os nervos espinhais comprometidos, que  além da melhora do quadro doloroso, isto proporciona  ao paciente a  melhora  do seu déficit  motor, ou seja,  melhora da fraqueza muscular  do membro comprometido, assim como das alterações da sensibilidade quando presentes.

 

      Outro objetivo da cirurgia é  estabilizar um segmento da coluna vertebral instável que está ocasionando a estenose do canal medular, decorrente da  doença degenerativa  discal, onde um escorregamento de uma vértebra sobre a outra, conhecido  como espondilolístese  degenerativa  comprime  a medula  espinhal.

 

       A estenose espinhal pode evoluir com uma piora progressivo do quadro neurológico. Eventualmente, a cirurgia pode ser considerada como uma opção de tratamento. A cirurgia pode ser sugerida para tratar a estenose espinhal se:

  •  Presença de um aumento na fraqueza nas pernas;

  •  Se  o paciente não pode mais andar sem dor na perna;

  •  Se ocorre alterações  vesicais(bexiga),ou problemas para controlar o intestino, a  cirurgia deverá ser realizada  o mais precoce possível;

  •  A dor se torna insuportável, com câimbras  incapacitando-o para caminhar.

 

-  A cirurgia a ser realizada em algumas situações deverá ser bem avaliada, e principalmente se o paciente tem comprometimentos  graves de  sua  saúde.

 

    O objetivo principal de qualquer procedimento cirúrgico utilizado para tratar a estenose espinal é remover a compressão no canal espinal lombar com a liberação da medula e dos  nervos  espinhais. Este tipo de procedimento cirúrgico é chamado de descompressão da coluna lombar ou laminectomia descompressiva da coluna lombar via posterior.

 

   Este procedimento pode prejudicar a estabilidade da coluna vertebral. Com a finalidade de descomprimir  as estruturas neurais, o cirurgião irá remover algumas estruturas  ósseas na região posterior da coluna vertebral, e poderá  ter que remover uma parte das articulações da faceta articular que  se projetam para o canal medular, e assim conduzir a instabilidade da sua coluna lombar. Mediante esta situação frente a estenose espinal e instabilidade da espinha lombar, deverá ser realizado o  procedimento cirúrgico para incluir uma fusão vertebral chamada de  artrodese da coluna lombar com parafusos pediculares (ver abaixo).

   A descompressão medular  ou espinhal  conhecida como laminectomia, é um procedimento cirúrgico, é claro, sob anestesia geral, com uma incisão cirúrgica na  região lombar ou cervical para abordagem da região comprometida. Os músculos da coluna vertebral são afastados lateralmente para expor  a região a ser abordada. A estrutura óssea da vértebra chamado de  lâmina, que protege a medula é removida (laminectomia) para expor a medula espinhal. O ligamento amarelo espessado e osso comprometido pela osteoartose, osteófitos (bicos de papagaio) são removidos. As articulações facetárias aumentadas que comprometem o canal medular, localizado diretamente sobre as raízes neurais, poderão ser removidos para dar mais espaço para os nervos espinhais comprimidos . Se houver um disco herniado, uma discectomia pode ser realizada. Em pacientes com sintomas graves de estenose espinal lombar, a cirurgia por si só é eficaz.

  A técnica da Microcirurgia (utilização do microscópio para  abordagem cirúrgica) no tratamento da estenose  doo canal vertebral, seja  cervical ou lombar é imprescindível para a  descompressão medular e  das  raízes  neurais.

04.jpg
05a.jpg
5b.jpg

Laminotomia

Fusão espinhal: Em pacientes com estenose e instabilidade espinhal ou o deslizamento de uma vértebra sobre a outra (espondilolístese), o cirurgião poderá  decidir em realizar a artrodese, ou seja, fixar permanentemente as vértebras comprometidas, para tornar a  sua coluna  estável, e evitar compressões  da medula e dos nervos, e maiores  comprometimentos neurológicos.

   Este procedimento é realizado ao mesmo tempo operatório com uma laminectomia. São fixados parafusos  conectando a  uma haste  de cada  lado, para imobilizar a zona de fusão. Enxertos ósseos podem ser usados, e são colocados em várias vértebras, onde a lâmina foi removida. Ao longo do tempo (3 a 6 meses), o enxerto de osso irá fundir as vértebras . A fusão espinhal poderá  melhorar a a altura normal do espaço do disco e impede o movimento anormal.

06.jpg
6b.jpg

Artrodese coluna lombar via posterior com parafusos pediculares

Robotização -Neuronavegação para realizar a cirurgia com colocação dos parafusos

07.jpg

Uma outra conduta técnica  cirúrgica   que poderá ser  estudada na indicação da estenose  do canal espinhal  é a utilização de  um dispositivo interespinhoso de  fixação posterior, conhecido como um espaçador entre as apófises espinhosas, que são  estruturas  anatômicas  das  vértebras  presentes  na  região posterior ao longo da coluna  vertebral.O espaçador interespinhoso é uma conduta  técnica  mais nova em comparação com uma laminectomia, e a eficácia a longo prazo não é  ainda bem conhecida,mas  bons resultados tem sido observados, principalmente  em paciente  mais  idosos, ou contra-indicações  em  utilizar  parafusos  pediculares.

Sinais de Espondiloartrose -compressão da raiz neural-osteófitos-doença degenerativa discal

08.jpg
09a.jpg
9c.jpg
9b.jpg
9d.jpg

Dispositivo - interespinhosos


- Um dispositivo axial posteriorior é inserido entre os processos espinhosos da coluna lombar para aumentar o diâmetro do forâmen neural e abrir o canal espinhal, aliviando a compressão sobre o nervo espinhal e medula.

Tratamento cirúrgico da  estenose  cervical:

 

   A mielopatia cervical é um comprometimento medular  complexo e muito sério. A compressão sobre a medula espinhal geralmente não vai desaparecer sem cirurgia e os sintomas provavelmente  evoluem com piora progressiva  do quadro de dor e neurológico. Se você não melhorar rapidamente com um tratamento conservador, o médico poderá  sugerir a cirurgia para aliviar a pressão sobre a medula espinhal, mediante seu histórico clínico-neurológico, as  alterações  do seu exame  físico, os  achados nos exames de imagem, exames neurofisiológicos, etc.

Figura demonstrando sinais de espondiloartrose cervical

10.jpg

   Existem vários procedimentos cirúrgicos utilizados para tratar a estenose espinhal cervical / mielopatia cervical. Ambos os tipos de operações têm a mesma meta: aliviar a compressão sobre a medula espinal, ampliando o canal espinal, e  melhorando a  sintomatologia. Em alguns casos, o cirurgião poderá sugerir uma operação chamada uma laminectomia. Neste procedimento, a região posterior das vértebras (as lâminas) serão removidas parcial ou totalmente para permitir mais espaço para medula espinhal.

 

    Em outros casos, o cirurgião poderá  conforme  a sua avaliação  no estudo de  imagem da  ressonância nuclear magnética da  coluna cervical realizar uma operação a partir da região cervical via anterior: frente do pescoço. Será realizado uma  discectomia, retirada  do conteúdo discal, dos osteófitos, das barras ósseas  que se  formam comprimindo a medula, e realizar a remoção do ligamento longitudinal que muitas vezes encontra-se calcificado. Em situações  mais complexas  a corpectomia, que é  a remoção do corpo da vértebra poderá ser necessária. As vértebras assim são  substituídas por uma peça sólida do enxerto ósseo (chamado um enxerto de suporte), retirado do quadril, ou uma prótese  de  corpo vertebral ,e uma fixação com uma  placa e parafusos  fixado a coluna cervical para estabilização da mesma.

OS RISCOS CIRÚRGICOS:

 

Habitualmente os pacientes que apresentam este  diagnóstico de estenose do canal medular, cervical ou lombar, são pacientes  idosos, acima dos  60-65 anos de  idade, com exceção dos pacientes mais jovem, os  quais  apresentam  estenose do canal medular  de etiologia congênita.

     O procedimento cirúrgico é complexo, sob anestesia  geral, e seu tempo estará relacionado com os níveis  operatórios a serem abordados.

 

     Todo paciente deverá ser  submetido  a uma  avaliação clínico-cardiológica para saber qual a sua condição clínica ,e  assim saber  seus  riscos operatórios.

 

     Não existe cirurgia  sem risco operatório, e cada pessoa  enquadra-se  dentro de um risco-cirúrgico estabelecido pelo seu histórico clínico, e o resultado de  seus  exames complementares.

 

Riscos  mais habituais:

 

  • Relaciona-se com as doenças pré-existentes, como hipertensão arterial, cardiopatias, pneumopatias, diabetes mellitus, obesidade, etc;

  • Riscos  relacionados  a  anestesia  geral;

  • Riscos  de embolias  venosas;

  • Riscos  de infecção;

  • Presença da  Fístula liquórica decorrente  da abertura do saco dural com drenagem do líquido  espinal / líquor. Esta situação poderá ocorrer devido a aderência da dura-máter  às  estruturas  ósseas e  ao ligamento amarelo  hipertrofiado. Apresenta  uma alta  incidência na cirurgia da estenose do canal lombar. Frente esta  situação  será  realizado uma  sutura  na região  comprometida, com utilização de uma membrana de dura-máter  e  um  selante  (como uma  cola  cirúrgica) no  local.

  • Riscos  neurológico propriamente dito como edema de raiz neural  por manipulação, com acentuação do déficit/ fraqueza muscular da perna, pé, hálux, alterações da sensibilidade, déficits  vesicais, etc.

  • E outros.

Fale Conosco

Dr. João Francisco Crosera

Av. Angélica nº 2466 - Cj.33 - Higienópolis - São Paulo - SP

11. 3258-4176 | 11. 3120-5001 | 11. 99294-0496 

bottom of page