DOR CERVICAL - A DOR AGUDA NO PESCOÇO
Aspectos Gerais :
A dor cervical, a dor na região do pescoço, é o resultado do comprometimento do segmento cervical da coluna vertebral por um distúrbio muscular ou uma lesão de ordem degenerativa do disco intervertebral, decorrente de uma postura inadequada ou um mecanismo já desgastado, e uma degeneração dos corpos vertebrais, das articulações, do alinhamento da coluna vertebral, entre outras causas.
Mediante a melhora da dor cervical, você deverá realizar um tratamento com trabalho de reabilitação e reeducação postural, ou seja, um processo de prevenção e recuperação de sua dor no pescoço. No entanto, se o quadro for crônico e recidivante, com uma dor persistente, será necessária uma avaliação e investigação especializada.
A região do pescoço é o segmento cervical da coluna vertebral. Protegidos dentro dos ossos da coluna vertebral cervical estão a medula espinhal e os nervos espinhais cervicais. As vértebras cervicais são numeradas de C1 a C7. Os corpos das vértebras são separados pelos discos intervertebrais, que desempenham função de absorção da carga e choques aplicados a este nível. As vértebras estão mantidas e protegidas por grupos musculares e ligamentos. Os nervos espinhais passam pelos canais ósseos chamados forâmens neurais e ramificam-se para o pescoço e membros superiores, braços, até as mãos.
Dor no pescoço, a dor da coluna cervical :
A Dor Cervical varia de intensidade leve à grave, dependendo do comprome-timento das lesões musculares, discais, neurais, medulares; podendo ser aguda ou crôni-ca. A dor aguda ocorre súbitamente, e pode irradiar-se para a cabeça, ombros, escápulas, braços, mãos e dedos (membros superiores) e, geralmente, melhora dentro de alguns dias ou semanas. A origem da dor, quase sempre, está presente nos músculos, ligamen-tos, articulações ou decorrente de alterações dos discos intervertebrais com compres-sões dos nervos espinhais, como abaulamentos, protusões ou uma hérnia de disco. Habitualmente, melhora com repouso, fisioterapia, medicação, etc.
Quais são os sintomas?
Os sinais e sintomas de dor cervical podem ser referidos como uma rigidez, sensação de aperto, ardor, pontadas, agulhadas, pressão ou formigamento. Os músculos podem estar doloridos ou com um espasmo ou uma tensão no pescoço, face ou ombros, até o membro superior.
Os músculos podem sofrer espasmos quando entram em um estado de extrema contração, com um movimento tipo chicote. O movimento poderá ser limitado, dificul-tando você virar a cabeça.
Várias situações sinalizam a necessidade de uma avaliação médica especializada imediata: Se os nervos estiverem comprometidos, e se existir uma compressão mais grave do nervo, e se a compressão da medula estiver presente, os sintomas poderão incluir além da dor: dormência, formigamento, perda de sensibilidade nos braços, antebraços, mãos ou pernas (em uma situação de compressão medular mais crítica), ou perda urinária ou do controle do intestino, ou perda de força muscular nos membros superiores e inferiores, decorrentes de uma mielopatia cervical compressiva.
A dor cervical acompanhada de uma severa dor de cabeça, febre, náuseas, poderá ser um sinal de infecção ou hemorragia intracraniana ou no cérebro. Se o pescoço encon-trar-se tão rígido que você não pode tocar o queixo no peito, procure ajuda médica imediatamente.
Quais são as causas?
A dor cervical pode ser decorrente de lesões traumáticas, má postura, estresse, desgaste natural, comprometimento dos discos cervicais, exercícios, sobrecargas, e alte-rações da curvatura da coluna cervical, etc. Exemplos:
• lesão ou trauma/fraturas: lesões em atividades esportivas, ou quedas, acidentes automobilísticos, etc.;
• abaulamento, protusões ou hérnia de disco: podem ser agudas por uma prática esportiva, exercícios intensos e sobrecarga no pescoço, etc.;
• compressão da raíz neural /nervo comprimido: compressão de um nervo espinhal originário na medula pode causar dor irradiada para a região escapular, ombro, braço, antebraço, mão e dedos. Podem ocorrer alterações sensitivas (perda da sensibilidade), e motoras (perda da força muscular);
Obs: a síndrome do túnel do carpo pode cursar com parestesias, dormências nas mãos, que, muitas vezes, é confundida com radiculopatia cervical.
• A osteoartrite (doença degenerativa do disco): Os discos intervertebrais, naturalmente com a idade, diminuem em seu tamanho e perdem seus componentes, e osteófitos (bicos de papagaio) podem surgir. Estas mudanças levam à estenose ou hérnia de disco; e
• Estenose: o estreitamento dos canais raquimedular/ósseo,e foramens da coluna vertebral podem comprimir a medula e os nervos, causando déficits motores (perda da força dos membros superiores), atrofias musculares, sinais de lesões medulares e alterações sensitivas.
Como é feito o diagnóstico?
Um exame médico cuidadoso vai auxiliar a diagnosticar a origem da dor em seu pescoço /coluna cervical. A avaliação diagnóstica compreende:
• uma história clínica, um exame físico geral, e um exame neurológico (testes para verificar a força muscular e investigação dos reflexos) e da coluna vertebral, realizados por um especialista na área neurocirúrgica;
• exames de imagem, por vezes (por exemplo, raios-x, tomografia computadorizada, res-sonância magnética); e
• exames neurofisiológicos (eletroneuromigrafia, potencial evocado).
Que tratamentos estão disponíveis?
O tratamento conservador é o primeiro passo para procurarmos a recuperação do quadro da dor cervical propriamente dita apresentado pelo paciente.
Mais de 95% dos apcientes com dor cervical e dor irradiada para o braço em razão da contratura muscular ou de um abaulamento discal ou uma protusão discal pequena podem melhorar em cerca de 3-4 semanas e voltar à atividade normal.
A conduta inicial começa sempre com a autocuidado e estratégias de tratamentos não cirúrgicos. O objetivo é melhorar a sintomatologia do quadro clínico apresentado, restaurar a função e prevenir uma hérnia discal, ou seja, evitando que o núcleo pulposo se exteriorize comprimindo a raiz neural. Por vezes, a hérnia é tão grave que um frag-mento do disco desloca-se no canal medular e, assim, o tratamento cirúrgico deverá ser indicado o mais precoce possível.
O estudo da imagem com o exame neurológico da coluna vertebral demonstrando as alterações do disco intervertebral, os sinais degenerativos do disco, vértebras e articu-lações, presença de osteófitos, inversão da lordose (curvatura da coluna cervical), vão orientar o prognóstico e a conduta do quadro apresentado.
Tratamentos não cirúrgico
O autocuidado: restrições na atividade diária vão ajudar sua recuperação, evitando sobrecargas intensas sobre o pescoço e tronco, deve-se evitar esportes de maior intensidade.
Medicação: Seu médico poderá prescrever analgésicos, medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, relaxantes musculares, etc.
• Os corticosteroides podem ser prescritos para reduzir o edema e a inflamação dos nervos; e
Fisioterapia: O objetivo da fisioterapia é ajudar o paciente retornar à plena atividade diária o mais rápido possível e evitar uma nova lesão. A fase inicial deverá ser a analgesia, com calor local-infra-vermelho, tens, ultrassom, etc.
Os fisioterapeutas iniciam o tratamento com exercícios leves, orientando a postura correta, como deitar/dormir, levantar-se, manter-se em pé e o fortalecimento muscular.
Estas orientações e exercícios posturais são elementos-chave para seu tratamento e devem tornar-se parte de sua forma física ao longo da vida diária.
Alguns pacientes querem tentar terapias como a acupuntura, para aliviar a dor. Esta poderá sim contribuir com a mellhora da dor, mas, sem melhora no quadro anatomofuncional.
OBS.: Situações como colocar a coluna no lugar, ou mecanismos de esticar, alongar a coluna por mecanismos não fisiológicos, dormir no chão, etc. podem trazer danos irreparáveis à coluna vertebral com lesões neurológicas graves.
Tratamento Cirúrgico
Se o paciente não responder ao tratamento conservador, ou os sintomas agravarem-se, seu médico poderá orientar uma conduta cirúrgica.
A indicação do tratamento cirúrgico raramente é necessária, porém, tudo dependerá do exame neurológico e do resultado de exames de imagem. Quando presentes fraqueza muscular, alterações da sensibilidade por hérnia de disco visualizada no estudo de ressonância, com compressão medular e dos nervos espinhais, e sem melhora com medidas conservadoras, a cirurgia deverá ser o tratamento após análise do especialista.
• Procedimentos minimamente invasivos como injeções de esteróides próximos à região da protusão discal, abaulamentos do disco podem ajudar a melhorar a dor. Este procedimento é realizado em centro cirúrgico com auxílio da radioscopia.(ver abaixo).
ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
Introdução - Aspectos Gerais:
- A estenose do canal medular ou espinhal, ou do canal raqueano, também conhecida como síndrome do canal estreito, é a modificação do diâmetro do canal medular onde ocorre o estreitamento do espaço ósseo. Neste canal passam as estruturas anatômicas do sistema nervoso central e periférico, ou seja, os nervos e a medula espinhal.
Esta doença é muito mais comum em pessoas com idade superior a 60 anos. No entanto, pode ocorrer em pessoas mais jovens que apresentam o estreitamento por uma situação congênita.
A idade é um fator desencadeador, quando falamos na doença adquirida, ou seja, a doença degenerativa discal, onde a artrite contribui com as alterações do canal medular, causando danos as articulações, e ao ligamento amarelo, os quais vão tornando-se espessados, e também contribuem para diminuir o diâmetro do canal espinhal resultando na estenose.
O estreitamento do diâmetro do canal medular comprime os nervos espinhais, causando um processo inflamatório, e assim esta compressão causando a dor, dormência, formigamento, câimbras, até mesmo a diminuição da força muscular (fraqueza) nas pernas, braços, e contribuindo com a dificuldade para caminhar à pequenas distâncias.
A finalidade desta informação é ajudar você a entender:
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A anatomia da coluna vertebral relativa a estenose espinal;
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Os sinais e sintomas da estenose espinal lombar;
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Como é feito o diagnóstico ;
-
Quais as condutas de tratamentos disponíveis para a estenose do canal vertebral.
-Anatomia: vide -Anatomia da coluna vertebral.
O que é estenose espinhal ?
- A estenose do canal medular ou espinhal, ou do canal raqueano é uma condição degenerativa que ocorre gradualmente, ao longo do tempo, e se refere à :
1 - Um estreitamento dos canais radiculares (foramens neurais), onde passam os
nervos espinhais originários da medula espinhal da coluna vertebral;
2 - Alargamento das articulações das facetas articulares das vértebras com crescimento
ósseo e dos ostófitos;
3 - Enrijecimento do ligamento amarelo, o qual contribuí para diminuir o diâmetro do
canal medular;
4 - Alterações ósseas das lâminas das vértebras presença de um super crescimento de
osteófitos e osso.
Estas alterações desencadeiam a estenose do canal vertebral

A vértebra com o canal medular estreitado, e presença do ligamento amarelo alargado, a presença de osteófitos, e aumento das articulações das facetas articulares mediante um processo osteoartrótico, e assim crescem para o interior do canal medular, e assim desencadeando uma diminuição do diâmetro do canal raqueano / medular chamado de estenose central do canal medular, comprimindo as estruturas nervosas.
A Estenose pode ocorrer ao longo de qualquer área da coluna vertebral (cervical, torácica, lombar), mas é mais comum na região lombar.
O canal espinhal estreita com a idade; no entanto, para a maioria das pessoas não existe presença de eventuais sintomatologia. Estreitamento do foramen da raiz nervosa (estenose foraminal-lateral) promove uma compressão dos nervos espinhais, causando um processo inflamatório, e consequentemente dor. Quando compromete os membros superiores por uma estenose do canal medular cervical, a dor no pescoço, e nos membros superiores, é chamada cervicobraquialgia. Se o comprometimento for na região da coluna lombar a dor nos membros inferiores é chamada de uma dor tipo lombociatalgia. O estreitamento do canal espinhal (estenose central) comprimindo a medula espinhal causando déficit motor (fraqueza das pernas), e alterações da sensibilidade (Parestesias, formigamento, dormência), e às vezes câimbras.
DIAGNÓSTICO:
História clínica:
- Primeiramente o paciente deverá procurar um médico especialista, como por exemplo um neurocirurgião, ou um especialista em coluna vertebral. O paciente será submetido à uma avaliação médica sobre a história atual, e a sua queixa mais importante, e há quanto tempo iniciaram-se os sintomas.
Será importante conhecer sobre seu estilo de vida diário, sua atividade profissional, se realiza atividades esportivas, físicas, e sobre a evolução da dor, e o que pode estar contribuindo com os sintomas apresentados, como por exemplo: o caminhar melhora ou o seu quadro?
Quanto mais informações você compartilhar com seu médico o diagnóstico será concluído mais facílmente. As perguntas habituais incluem:
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Quando a dor começou?
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O local da dor?
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Qual é a intensidade?
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A dor é localizada, ou irradia-se para outras partes do corpo, como braços, mãos, pernas , pés, etc.
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Quais os fatores melhoram ou pioram a sua dor?
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Você tem alguma fraqueza nas mãos, pernas, não consegue subir escadas por exemplo ?
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Existe alguma perda de sensibilidade nas mãos, braços, pés, pernas, região glútea, etc.
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Apresenta câimbras em suas pernas ao caminhar, aperto da região posterior das pernas (panturrilhas), e necessita parar e sentar?
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Atualmente alguma situação tem modificado a sua função urinária, ou da bexiga ou intestinos?
Quais são as causas?
- Conforme o ser humano envelhece, os seus ossos sofrem alterações degenerativas que fazem parte do próprio processo natural de envelhecimento. A osteoartrite é a causa mais comum da estenose espinal. O disco intervertebral, presente entre as vértebras sofre um processo degenerativo, desidratando-se, ficando ressecado e mais retraído. Existe uma perda de massa óssea, e assim os osteófitos vão se desenvolvendo, e as articulações intervertebrais por própria carga do corpo, e com uma tensão muscular aumentam o seu tamanho, ou seja, uma reação inflamatória das articulações da facetas articulares que muitos podem desenvolver a chamada estenose do canal vertebral. Quanto maior for uma faceta articular comprometida menor será o espaço disponível no canal raqueano comprometendo as raízes espinhais e a medula.
A estenose também pode ser causada por outras condições degenerativas, tais como espondilólise, a espondilolistese, a lesão traumática, a fratura vertebral, e deslocamento do corpo vertebral; situações como a artrite reumatoide ou espondilite anquilosante, ou condições metabólicas, tais como a doença de Paget, uma lesão tumoral, etc.
Quais são os sintomas?
Os sintomas geralmente se desenvolvem ao longo do tempo ou pode ocorrer como um início súbito de dor. Você pode sentir uma dor tipo compressão, ou uma sensação de fisgada, e por vezes acentuada e grave em diferentes áreas, dependendo de qual parte do canal vertebral esteja comprometido. A dor pode ir e vir ou só ocorrer durante certas atividades, como caminhar, com câimbras.
A estenose lombar pode causar dor, formigamento ou dormência, e inicia-se habitualmente nas nádegas e irradia-se para a face posterior de ambas os coxas, e para as pernas, e conhecida como dor ciática ou lombociatalgia . A estenose do canal lombar também causa claudicação neurogênica, uma dor compressiva na face posterior das pernas, e uma fraqueza nas pernas e pés, e geralmente melhora com quando em posição sentada e repouso, e até com flexão anterior do tronco.
Ao longo do tempo os sintomas aumentam, reduzindo a resistência física, e necessitando de um apoio, como um andador, para minimizar o quadro doloroso.
A dor nas pernas também pode ser um sinal de claudicação vascular, decorrente de um estreitamento das artérias causada por doença arterial periférica. É importante que o médico tenha uma conclusão se os seus sintomas nas pernas são causados por doença arterial periférica ou uma estenose lombar. A principal diferença é que a claudicação vascular é pior quando o paciente caminha em uma situação mais íngreme, e não é aliviada pela inclinação anterior do tronco.

Estenose da Coluna Cervical / Estenose espinhal cervical
As causas:
- Para um entendimento da estenose espinhal no segmento cervical da coluna vertebral, primeiro é necessário que se desenvolva uma compreensão do segmento cervical, ou seja, o corpo cervical superior, o disco intervertebral, e o corpo vertebral inferior. Quando ocorre um processo compressivo dos corpos vertebrais junto ao disco intervertebral, ocorre uma dilatação do mesmo, podendo ocorrer a extrusão do núcleo do disco intervertebral.
O disco intervertebral mantém-se no mesmo lugar, e progressivamente vai entrando em colapso. O espaço entre cada vértebra torna-se menor, assim afetando as articulações das facetas articularem da coluna vertebral. O colapso também afeta a maneira que as articulações das facetas articulares na região posterior da coluna vertebral. A cartilagem articular que cobre a extremidade dos ossos em qualquer articulação com o tempo vai causando uma pressão anormal, uma sobre a outra, e vai promovendo um desgaste, causando a lesão chamada de artrite (osteoartrite) das articulações. Os osteófitos podem se formar em torno das articulações, do disco intervertebral e da faceta articular. O excesso de movimento de um segmento da coluna vertebral sobre o outro, resultante de uma carga axial (peso) faz com que o osso forme um processo inflamatório, e consequentemente formam-se os osteófitos.
Os sintomas:
Os sintomas são muito variados de acordo com a região comprometida. Um nervo comprimido a partir de uma hérnia de disco, ou os osteófitos podem formar-se em torno dos nervos da coluna, causando uma condição chamada estenose espinhal com comprometimento do canal medular, ou do foramen neural, comprimindo os nervos espinhais, e provocar uma dor dor no pescoço, dor escapular, nos membros superiores, conhecido como cervicobraquialgia, ocasionando um quadro somente de dor, ou até mesmo com alterações da sensibilidade, dormência, ou perda da força muscular. Em algumas situações compromete os membros inferiores (pernas–pés) .
A chamada mielopatia cervical, resultante de uma compressão medular cervical, pode afetar tanto os braços e as pernas, e nestes casos observamos pelo estudo de ressonância nuclear magnética da coluna cervical uma lesão medular de característica hiperintensa (de cor branca) decorrente da compressão medular, normalmente de evolução crônica, e resultante de espessamento dos ossos da coluna vertebral, ligamentos, osteófitos que ali se formam, alterações do disco intervertebral.
A compressão sobre a medula espinhal, resultando na chamada estenose cervical pode causar dor, diminuição da força muscular e espasticidade nas pernas, comprometendo o paciente ao caminhar, com perda do seu controle, apresentando quedas, e necessitando caminhar com apoio/ auxílio.
Poderá ser observado a dormência em ambas as extremidades superiores e as extremidades inferiores. Seus reflexos podem estar aumentados nas pernas. O formigamento ou dormência que se irradia a partir do pescoço, abaixo dos ombros, braços e mãos podem estar presentes, e sinais perda da sensibilidade táctil, e espasticidade nos braços e pernas, é chamado de mielopatia cervical espondilótica. Se for observado sinais de fraqueza da perna (queda do pé) ou dificuldade em controlar a bexiga ou a função intestinal, deverá procurar ajuda médica imediatamente. Este é um sinal conhecido como Síndrome de cauda equina.
Como é feito o diagnóstico?
Exame físico geral e Neurológico:
Depois de obter a história clínica- neurológica detalhada, o médico irá realizar um exame físico geral e neurológico. Isso permite ao médico descartar possíveis causas de dor, e tentar determinar a origem dos seus sintomas. As áreas do seu corpo que serão examinadas dependerá de onde você estiver sentindo a dor, por exemplo: - pescoço, costas, braços, pernas, pés, etc. O exame físico compreende avaliar:
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Movimentos da coluna cervical / pescoço, e coluna lombar, como flexão extensão, e lateralização, se desencadeia dor, incapacidade, alterações sensitivas e motoras.
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A palpação dos processo espinhosos .
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A estenose do canal medular ou espinhal, ou do canal raqueano = Teste de força muscular dos membros superiores e inferiores, pés, mãos, dedos, etc. Provas de resistência serão aplicadas.
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Avaliação da marcha do paciente. Caminhar na ponta dos pés, e calcâneo.
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Postura / Atitude do paciente em pé e caminhando.
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Observar alinhamento da coluna vertebral.
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Testes de sensibilidade táctil, dolorosa.
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Alterações sensoriais: Poderá ocorrer algumas algumas sensações em áreas específicas dos pés ou das mãos.
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Pesquisa dos reflexos dos membros superiores e inferiores.
Diagnóstico:
- Antes que seu médico possa elaborar um plano de tratamento após uma história completa com exame físico e neurológico realizados serão necessários para determinar a origem dos sintomas e eventuais déficits neurológicos, os exames de imagem.
O seu médico poderá orientá-lo a realizar um ou mais dos seguintes exames de imagem: raios-X simples da coluna vertebral, ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada, eletroneuromiografia dos membros superiores e inferiores, potencial evocado, ou o estudo doppler arterial para um diagnóstico diferencial, e exames laboratoriais que poderão auxiliar em patologias infecciosas, tumorais, etc.
Um raio-X é um exame de imagem na avaliação óssea do esqueleto, e da sua coluna vertebral. Se o seu médico suspeitar de degeneração vertebral, raios-X pode ser usado para verificar: a diminuição da altura do espaço entre os discos, osteófitos, esclerose dos foramens neurais (endurecimento-calcificações), hipertrofia faceta articular (alargamento), e instabilidade durante a flexão ou extensão da coluna cervical, com sinais de espondilolístese, sinais de fratura, perda óssea, modificações do alinhamento da curvatura da coluna vertebral como sinais de escoliose e cifose, etc. O raios-X demostram a estrutura óssea, mas não consegue-se por este exame de imagem avaliar o tecido mole, com disco intervertebral, músculos, ligamentos, nervos, etc,
Raio-X : degeneração do disco cervical-diminuição do espaço intervertebral –reações osteofitárias.


A ressonância magnética (RNM) é um exame não invasivo que utiliza um campo magnético para dar uma visão detalhada dos tecidos moles da sua coluna. Os estudos de imagem são realizados em visão: sagital (lateral), axial (transversal), e coronal (frente).
Ao contrário de um raio-X, os nervos e os discos são claramente visíveis. Este exame de imagem permite que o seu médico avalie a sua coluna vertebral, a medula, os nervos, o disco intervertebral, etc, em vários planos anatômicos, como sagital, axial, e coronal.
A RNM poderá ser realizada com um contraste injetado em sua corrente sanguínea, que contribuí enormemente em diagnósticos inflamatórios, infecciosos, neoplásicos, etc. Além de compressão do nervo, a ressonância magnética também pode detectar super crescimento ósseo, edema ósseo, edema de ligamentos e músculos, tumores da medula espinhal, ou abscessos.
A RNM, irá demonstrar o tamanho do diâmetro do canal raqueano, ou seja, se existe ou não sinais de estenose.
Em situações de hipótese diagnóstica da estenose do canal lombar poderá ser realizado a ressonância com "carga de compressão axial", a qual fornecerá dados preciosos comparativos onde o exame convencional, será realizado sem a carga axial na coluna vertebral, e outra fase do exame será aplicado uma carga de tração em seu corpo para realizar as medidas do diâmetro do canal raqueano lombar. Esta especificação do exame permite contribuir com diagnósticos mais precisos de um canal raqueano com sinais de estenos e relativa ou absoluta (Parâmetros utilizados por Schönström, Spine 1988).
A tomografia computadorizada (TC) é um exame seguro, não invasivo que utiliza um feixe de raios-X e um computador, com cortes em planos sagital –axial e coronal da coluna vertebral, e reconstruções tridimensionais. Também pode-se utilizar um meio de contraste para contribuir no seu diagnóstico.
A eletroneuromiografia (ENMG) irá contribuir para a hipótese diagnóstica de um comprometimento da região cervical, ou lombar, demonstrando alterações de ordem medular, ou mais habitualmente o comprometimento radicular, ou seja, as lesões dos nervos espinhais cervicais, ou lombares por compressão de osteófitos, estreitamentos do canal raqueanos, etc.
Quais os tratamentos estão disponíveis?
- Não existem medicamentos ou tratamentos que podem parar ou curar a estenose espinhal. O tratamento conservador, não cirúrgico, é o primeiro passo para controlar sintomas mais leves de estenose espinhal a moderada. No entanto, se você tem dor incapacitante grave e significativa dificuldade para caminhar, o seu médico poderá recomendar o tratamento cirúrgico.
Tratamentos não cirúrgicos
- Usando a postura de maneira correta e manter sua coluna em alinhamento são as medidas mais importantes que você poderá fazer para uma melhora do seu quadro de dor lombar e lombociatalgia. A curvatura lombar inferior carrega a maior parte de seu peso, e o alinhamento de forma adequada desta região poderá evitar danos em suas vértebras, discos intervertebrais, e outras partes da sua coluna vertebral.
Você necessitará fazer ajustes na sua postura diária, quando sentado ou em pé, dirigindo, e hábitos de sono, e aprender maneiras adequadas de levantar, fletir-se, etc. Você pode ser capaz de retardar a progressão da estenose por não fumar e manter um peso mais adequado ao seu corpo, que é apropriado para sua altura e estrutura corporal.
Fisioterapia: O objetivo da fisioterapia é ajudar você a voltar à plena atividade o mais rápido possível. Os fisioterapeutas poderão instruí-lo sobre a postura correta, como caminhar, sentar, e eles vão trabalhar com você para fortalecer os músculos das costas, pernas e região abdominal. Os exercícios de fortalecimento são elementos chave para o seu tratamento e deve tornar-se parte de sua forma física ao longo da vida.
Medicação:
• Anti-inflamatórios não esteroides, são utilizados para reduzir a inflamação, e assim aliviar o quadro doloroso.
• Os mio-relaxantes auxiliam no relaxamento e na dor da cadeia muscular.
• Os analgésicos, como paracetamol, codeína, tramadol, etc, podem aliviar a dor, mas não têm os efeitos anti-inflamatório. O uso a longo prazo de analgésicos e anti-inflamatórios podem causar úlceras, gastrites, bem como problemas nos rins e fígado, então sempre procure uma orientação médica.
• Os esteróides podem ser prescritos para reduzir o edema e a inflamação dos nervos, e articulações.
• As injeções de esteróides na área de sua estenose espinhal, e do nervo comprometido podem ser prescritos se a dor é intensa, para tentar aliviar o quadro doloroso em condições específicas.
• A denervação da faceta articular, é um procedimento cirúrgico mínimamente invasivo, onde é onde é injetado corticosteróide e um agente anestésico, na região da articulação da faceta comprometida, sob radioscopia, e em regime de internação hospitalar.
Os tratamentos cirúrgicos:
- O tratamento cirúrgico da estenose do canal vertebral, conhecido como microcirurgia (cirurgia com utilização de microscópio cirúrgico), é realizada na região lombar posterior, e envolve uma descompressão, ou a remoção das estruturas ósseas comprometidas, como laminas das vértebras, as articulações, ligamento amarelo, para descomprimir a medula, e os nervos espinhais comprometidos, que além da melhora do quadro doloroso, isto proporciona ao paciente a melhora do seu déficit motor, ou seja, melhora da fraqueza muscular do membro comprometido, assim como das alterações da sensibilidade quando presentes.
Outro objetivo da cirurgia é estabilizar um segmento da coluna vertebral instável que está ocasionando a estenose do canal medular, decorrente da doença degenerativa discal, onde um escorregamento de uma vértebra sobre a outra, conhecido como espondilolístese degenerativa comprime a medula espinhal.
A estenose espinhal pode evoluir com uma piora progressivo do quadro neurológico. Eventualmente, a cirurgia pode ser considerada como uma opção de tratamento. A cirurgia pode ser sugerida para tratar a estenose espinhal se:
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Presença de um aumento na fraqueza nas pernas;
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Se o paciente não pode mais andar sem dor na perna;
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Se ocorre alterações vesicais(bexiga),ou problemas para controlar o intestino, a cirurgia deverá ser realizada o mais precoce possível;
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A dor se torna insuportável, com câimbras incapacitando-o para caminhar.
- A cirurgia a ser realizada em algumas situações deverá ser bem avaliada, e principalmente se o paciente tem comprometimentos graves de sua saúde.
O objetivo principal de qualquer procedimento cirúrgico utilizado para tratar a estenose espinal é remover a compressão no canal espinal lombar com a liberação da medula e dos nervos espinhais. Este tipo de procedimento cirúrgico é chamado de descompressão da coluna lombar ou laminectomia descompressiva da coluna lombar via posterior.
Este procedimento pode prejudicar a estabilidade da coluna vertebral. Com a finalidade de descomprimir as estruturas neurais, o cirurgião irá remover algumas estruturas ósseas na região posterior da coluna vertebral, e poderá ter que remover uma parte das articulações da faceta articular que se projetam para o canal medular, e assim conduzir a instabilidade da sua coluna lombar. Mediante esta situação frente a estenose espinal e instabilidade da espinha lombar, deverá ser realizado o procedimento cirúrgico para incluir uma fusão vertebral chamada de artrodese da coluna lombar com parafusos pediculares (ver abaixo).
A descompressão medular ou espinhal conhecida como laminectomia, é um procedimento cirúrgico, é claro, sob anestesia geral, com uma incisão cirúrgica na região lombar ou cervical para abordagem da região comprometida. Os músculos da coluna vertebral são afastados lateralmente para expor a região a ser abordada. A estrutura óssea da vértebra chamado de lâmina, que protege a medula é removida (laminectomia) para expor a medula espinhal. O ligamento amarelo espessado e osso comprometido pela osteoartose, osteófitos (bicos de papagaio) são removidos. As articulações facetárias aumentadas que comprometem o canal medular, localizado diretamente sobre as raízes neurais, poderão ser removidos para dar mais espaço para os nervos espinhais comprimidos . Se houver um disco herniado, uma discectomia pode ser realizada. Em pacientes com sintomas graves de estenose espinal lombar, a cirurgia por si só é eficaz.
A técnica da Microcirurgia (utilização do microscópio para abordagem cirúrgica) no tratamento da estenose doo canal vertebral, seja cervical ou lombar é imprescindível para a descompressão medular e das raízes neurais.



Laminotomia
Fusão espinhal: Em pacientes com estenose e instabilidade espinhal ou o deslizamento de uma vértebra sobre a outra (espondilolístese), o cirurgião poderá decidir em realizar a artrodese, ou seja, fixar permanentemente as vértebras comprometidas, para tornar a sua coluna estável, e evitar compressões da medula e dos nervos, e maiores comprometimentos neurológicos.
Este procedimento é realizado ao mesmo tempo operatório com uma laminectomia. São fixados parafusos conectando a uma haste de cada lado, para imobilizar a zona de fusão. Enxertos ósseos podem ser usados, e são colocados em várias vértebras, onde a lâmina foi removida. Ao longo do tempo (3 a 6 meses), o enxerto de osso irá fundir as vértebras . A fusão espinhal poderá melhorar a a altura normal do espaço do disco e impede o movimento anormal.


Artrodese coluna lombar via posterior com parafusos pediculares
Robotização -Neuronavegação para realizar a cirurgia com colocação dos parafusos

Uma outra conduta técnica cirúrgica que poderá ser estudada na indicação da estenose do canal espinhal é a utilização de um dispositivo interespinhoso de fixação posterior, conhecido como um espaçador entre as apófises espinhosas, que são estruturas anatômicas das vértebras presentes na região posterior ao longo da coluna vertebral.O espaçador interespinhoso é uma conduta técnica mais nova em comparação com uma laminectomia, e a eficácia a longo prazo não é ainda bem conhecida,mas bons resultados tem sido observados, principalmente em paciente mais idosos, ou contra-indicações em utilizar parafusos pediculares.
Sinais de Espondiloartrose -compressão da raiz neural-osteófitos-doença degenerativa discal





Dispositivo - interespinhosos
- Um dispositivo axial posteriorior é inserido entre os processos espinhosos da coluna lombar para aumentar o diâmetro do forâmen neural e abrir o canal espinhal, aliviando a compressão sobre o nervo espinhal e medula.
Tratamento cirúrgico da estenose cervical:
A mielopatia cervical é um comprometimento medular complexo e muito sério. A compressão sobre a medula espinhal geralmente não vai desaparecer sem cirurgia e os sintomas provavelmente evoluem com piora progressiva do quadro de dor e neurológico. Se você não melhorar rapidamente com um tratamento conservador, o médico poderá sugerir a cirurgia para aliviar a pressão sobre a medula espinhal, mediante seu histórico clínico-neurológico, as alterações do seu exame físico, os achados nos exames de imagem, exames neurofisiológicos, etc.
Figura demonstrando sinais de espondiloartrose cervical

Existem vários procedimentos cirúrgicos utilizados para tratar a estenose espinhal cervical / mielopatia cervical. Ambos os tipos de operações têm a mesma meta: aliviar a compressão sobre a medula espinal, ampliando o canal espinal, e melhorando a sintomatologia. Em alguns casos, o cirurgião poderá sugerir uma operação chamada uma laminectomia. Neste procedimento, a região posterior das vértebras (as lâminas) serão removidas parcial ou totalmente para permitir mais espaço para medula espinhal.
Em outros casos, o cirurgião poderá conforme a sua avaliação no estudo de imagem da ressonância nuclear magnética da coluna cervical realizar uma operação a partir da região cervical via anterior: frente do pescoço. Será realizado uma discectomia, retirada do conteúdo discal, dos osteófitos, das barras ósseas que se formam comprimindo a medula, e realizar a remoção do ligamento longitudinal que muitas vezes encontra-se calcificado. Em situações mais complexas a corpectomia, que é a remoção do corpo da vértebra poderá ser necessária. As vértebras assim são substituídas por uma peça sólida do enxerto ósseo (chamado um enxerto de suporte), retirado do quadril, ou uma prótese de corpo vertebral ,e uma fixação com uma placa e parafusos fixado a coluna cervical para estabilização da mesma.
OS RISCOS CIRÚRGICOS:
Habitualmente os pacientes que apresentam este diagnóstico de estenose do canal medular, cervical ou lombar, são pacientes idosos, acima dos 60-65 anos de idade, com exceção dos pacientes mais jovem, os quais apresentam estenose do canal medular de etiologia congênita.
O procedimento cirúrgico é complexo, sob anestesia geral, e seu tempo estará relacionado com os níveis operatórios a serem abordados.
Todo paciente deverá ser submetido a uma avaliação clínico-cardiológica para saber qual a sua condição clínica ,e assim saber seus riscos operatórios.
Não existe cirurgia sem risco operatório, e cada pessoa enquadra-se dentro de um risco-cirúrgico estabelecido pelo seu histórico clínico, e o resultado de seus exames complementares.
Riscos mais habituais:
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Relaciona-se com as doenças pré-existentes, como hipertensão arterial, cardiopatias, pneumopatias, diabetes mellitus, obesidade, etc;
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Riscos relacionados a anestesia geral;
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Riscos de embolias venosas;
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Riscos de infecção;
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Presença da Fístula liquórica decorrente da abertura do saco dural com drenagem do líquido espinal / líquor. Esta situação poderá ocorrer devido a aderência da dura-máter às estruturas ósseas e ao ligamento amarelo hipertrofiado. Apresenta uma alta incidência na cirurgia da estenose do canal lombar. Frente esta situação será realizado uma sutura na região comprometida, com utilização de uma membrana de dura-máter e um selante (como uma cola cirúrgica) no local.
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Riscos neurológico propriamente dito como edema de raiz neural por manipulação, com acentuação do déficit/ fraqueza muscular da perna, pé, hálux, alterações da sensibilidade, déficits vesicais, etc.
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E outros.