DOR CERVICAL - A DOR AGUDA NO PESCOÇO
Aspectos Gerais :
A dor cervical, a dor na região do pescoço, é o resultado do comprometimento do segmento cervical da coluna vertebral por um distúrbio muscular ou uma lesão de ordem degenerativa do disco intervertebral, decorrente de uma postura inadequada ou um mecanismo já desgastado, e uma degeneração dos corpos vertebrais, das articulações, do alinhamento da coluna vertebral, entre outras causas.
Mediante a melhora da dor cervical, você deverá realizar um tratamento com trabalho de reabilitação e reeducação postural, ou seja, um processo de prevenção e recuperação de sua dor no pescoço. No entanto, se o quadro for crônico e recidivante, com uma dor persistente, será necessária uma avaliação e investigação especializada.
A região do pescoço é o segmento cervical da coluna vertebral. Protegidos dentro dos ossos da coluna vertebral cervical estão a medula espinhal e os nervos espinhais cervicais. As vértebras cervicais são numeradas de C1 a C7. Os corpos das vértebras são separados pelos discos intervertebrais, que desempenham função de absorção da carga e choques aplicados a este nível. As vértebras estão mantidas e protegidas por grupos musculares e ligamentos. Os nervos espinhais passam pelos canais ósseos chamados forâmens neurais e ramificam-se para o pescoço e membros superiores, braços, até as mãos.
Dor no pescoço, a dor da coluna cervical :
A Dor Cervical varia de intensidade leve à grave, dependendo do comprome-timento das lesões musculares, discais, neurais, medulares; podendo ser aguda ou crôni-ca. A dor aguda ocorre súbitamente, e pode irradiar-se para a cabeça, ombros, escápulas, braços, mãos e dedos (membros superiores) e, geralmente, melhora dentro de alguns dias ou semanas. A origem da dor, quase sempre, está presente nos músculos, ligamen-tos, articulações ou decorrente de alterações dos discos intervertebrais com compres-sões dos nervos espinhais, como abaulamentos, protusões ou uma hérnia de disco. Habitualmente, melhora com repouso, fisioterapia, medicação, etc.
Quais são os sintomas?
Os sinais e sintomas de dor cervical podem ser referidos como uma rigidez, sensação de aperto, ardor, pontadas, agulhadas, pressão ou formigamento. Os músculos podem estar doloridos ou com um espasmo ou uma tensão no pescoço, face ou ombros, até o membro superior.
Os músculos podem sofrer espasmos quando entram em um estado de extrema contração, com um movimento tipo chicote. O movimento poderá ser limitado, dificul-tando você virar a cabeça.
Várias situações sinalizam a necessidade de uma avaliação médica especializada imediata: Se os nervos estiverem comprometidos, e se existir uma compressão mais grave do nervo, e se a compressão da medula estiver presente, os sintomas poderão incluir além da dor: dormência, formigamento, perda de sensibilidade nos braços, antebraços, mãos ou pernas (em uma situação de compressão medular mais crítica), ou perda urinária ou do controle do intestino, ou perda de força muscular nos membros superiores e inferiores, decorrentes de uma mielopatia cervical compressiva.
A dor cervical acompanhada de uma severa dor de cabeça, febre, náuseas, poderá ser um sinal de infecção ou hemorragia intracraniana ou no cérebro. Se o pescoço encon-trar-se tão rígido que você não pode tocar o queixo no peito, procure ajuda médica imediatamente.
Quais são as causas?
A dor cervical pode ser decorrente de lesões traumáticas, má postura, estresse, desgaste natural, comprometimento dos discos cervicais, exercícios, sobrecargas, e alte-rações da curvatura da coluna cervical, etc. Exemplos:
• lesão ou trauma/fraturas: lesões em atividades esportivas, ou quedas, acidentes automobilísticos, etc.;
• abaulamento, protusões ou hérnia de disco: podem ser agudas por uma prática esportiva, exercícios intensos e sobrecarga no pescoço, etc.;
• compressão da raíz neural /nervo comprimido: compressão de um nervo espinhal originário na medula pode causar dor irradiada para a região escapular, ombro, braço, antebraço, mão e dedos. Podem ocorrer alterações sensitivas (perda da sensibilidade), e motoras (perda da força muscular);
Obs: a síndrome do túnel do carpo pode cursar com parestesias, dormências nas mãos, que, muitas vezes, é confundida com radiculopatia cervical.
• A osteoartrite (doença degenerativa do disco): Os discos intervertebrais, naturalmente com a idade, diminuem em seu tamanho e perdem seus componentes, e osteófitos (bicos de papagaio) podem surgir. Estas mudanças levam à estenose ou hérnia de disco; e
• Estenose: o estreitamento dos canais raquimedular/ósseo,e foramens da coluna vertebral podem comprimir a medula e os nervos, causando déficits motores (perda da força dos membros superiores), atrofias musculares, sinais de lesões medulares e alterações sensitivas.
Como é feito o diagnóstico?
Um exame médico cuidadoso vai auxiliar a diagnosticar a origem da dor em seu pescoço /coluna cervical. A avaliação diagnóstica compreende:
• uma história clínica, um exame físico geral, e um exame neurológico (testes para verificar a força muscular e investigação dos reflexos) e da coluna vertebral, realizados por um especialista na área neurocirúrgica;
• exames de imagem, por vezes (por exemplo, raios-x, tomografia computadorizada, res-sonância magnética); e
• exames neurofisiológicos (eletroneuromigrafia, potencial evocado).
Que tratamentos estão disponíveis?
O tratamento conservador é o primeiro passo para procurarmos a recuperação do quadro da dor cervical propriamente dita apresentado pelo paciente.
Mais de 95% dos apcientes com dor cervical e dor irradiada para o braço em razão da contratura muscular ou de um abaulamento discal ou uma protusão discal pequena podem melhorar em cerca de 3-4 semanas e voltar à atividade normal.
A conduta inicial começa sempre com a autocuidado e estratégias de tratamentos não cirúrgicos. O objetivo é melhorar a sintomatologia do quadro clínico apresentado, restaurar a função e prevenir uma hérnia discal, ou seja, evitando que o núcleo pulposo se exteriorize comprimindo a raiz neural. Por vezes, a hérnia é tão grave que um frag-mento do disco desloca-se no canal medular e, assim, o tratamento cirúrgico deverá ser indicado o mais precoce possível.
O estudo da imagem com o exame neurológico da coluna vertebral demonstrando as alterações do disco intervertebral, os sinais degenerativos do disco, vértebras e articu-lações, presença de osteófitos, inversão da lordose (curvatura da coluna cervical), vão orientar o prognóstico e a conduta do quadro apresentado.
Tratamentos não cirúrgico
O autocuidado: restrições na atividade diária vão ajudar sua recuperação, evitando sobrecargas intensas sobre o pescoço e tronco, deve-se evitar esportes de maior intensidade.
Medicação: Seu médico poderá prescrever analgésicos, medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, relaxantes musculares, etc.
• Os corticosteroides podem ser prescritos para reduzir o edema e a inflamação dos nervos; e
Fisioterapia: O objetivo da fisioterapia é ajudar o paciente retornar à plena atividade diária o mais rápido possível e evitar uma nova lesão. A fase inicial deverá ser a analgesia, com calor local-infra-vermelho, tens, ultrassom, etc.
Os fisioterapeutas iniciam o tratamento com exercícios leves, orientando a postura correta, como deitar/dormir, levantar-se, manter-se em pé e o fortalecimento muscular.
Estas orientações e exercícios posturais são elementos-chave para seu tratamento e devem tornar-se parte de sua forma física ao longo da vida diária.
Alguns pacientes querem tentar terapias como a acupuntura, para aliviar a dor. Esta poderá sim contribuir com a mellhora da dor, mas, sem melhora no quadro anatomofuncional.
OBS.: Situações como colocar a coluna no lugar, ou mecanismos de esticar, alongar a coluna por mecanismos não fisiológicos, dormir no chão, etc. podem trazer danos irreparáveis à coluna vertebral com lesões neurológicas graves.
Tratamento Cirúrgico
Se o paciente não responder ao tratamento conservador, ou os sintomas agravarem-se, seu médico poderá orientar uma conduta cirúrgica.
A indicação do tratamento cirúrgico raramente é necessária, porém, tudo dependerá do exame neurológico e do resultado de exames de imagem. Quando presentes fraqueza muscular, alterações da sensibilidade por hérnia de disco visualizada no estudo de ressonância, com compressão medular e dos nervos espinhais, e sem melhora com medidas conservadoras, a cirurgia deverá ser o tratamento após análise do especialista.
• Procedimentos minimamente invasivos como injeções de esteróides próximos à região da protusão discal, abaulamentos do disco podem ajudar a melhorar a dor. Este procedimento é realizado em centro cirúrgico com auxílio da radioscopia.(ver abaixo).
ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
DOR LOMBAR - DOR LOMBAR BAIXA - DOR NAS COSTAS - LOMBALGIA
Aspectos Gerais
A dor lombar ou dor lombar baixa, ou dor nas costas, ou lombalgia é resultante de um mecanismo de maior esforço e tensão das estruturas anatômicas da coluna vertebral, por uma ação de maior intensidade quando a coluna é comprometida por uma lesão, uma doença ou por um processo degenerativo, ou um mecanismo osteoarticular degenerado das estruturas que compõem o segmento lombar da coluna vertebral.
Ao suportar o peso de seu corpo, a coluna lombar pode estar predisposta a lesões e, consequentemente, desenvolver um quadro álgico.
A lombalgia aguda (dor nas costas aguda) apresenta-se com um sintoma de dor abrupto que pode ser de leve à intensa e pode desaparecer após um período de dias ou semanas, dependendo de sua origem. A origem da dor nas costas de característica mecânica é causada por comprometimentos das raízes neurais lombares que fazem parte do grupo do nervo ciático, os discos intervertebrais, ou mesmo, não por um nervo que esteja sendo comprimido, mas, por músculos tensos, discos intervertebrais degenerados, ou um processo inflamatório das articulações das vértebras chamadas de facetas articulares, processos infecciosos, fraturas do corpo vertebral, lesões neoplásicas, etc.
Habitualmente, a lombalgia melhora com repouso, fisioterapia, medicação analgésica, relaxantes musculares, anti-inflamatórios. No entanto, se a dor lombar for aguda ou crônica, e se o processo doloroso persistir o paciente necessitará de uma avaliação médica especializada, para conhecimento da origem da dor lombar.


Etiologias que resultam na dor lombar - lombociatalgia
Coluna lombar - Ver anatomia da coluna lombar.



Quais são os sintomas?
Os sinais e sintomas de dor lombar podem compreender uma rigidez muscular, sensação de aperto, dor, ardor, pressão ou pontadas, ou fincadas na região das costas, em sua parte superior ou inferior, ou mesmo, uma sensação de formigamento, ou adormecimento, e até espasmos musculares. A dor pode se espalhar para as nádegas, coxas, joelhos ou pernas. Os sintomas são mais perceptíveis quando realizamos os movimentos de dobrar-flexionar as costas, ao levantar objetos pesados ou quando sentado ou em pé por longos períodos.
Se mediante este quadro, observar sinais de fraqueza nas pernas, nos pés, dificuldade para caminhar, câimbras nas pernas, ou se alterações da função da bexiga com perda da urina ou retenção urinária, ou alterações do intestino estiverem presentes, o quadro neurológico é chamado de síndrome da cauda equina, e deverá ser imediatamente avaliado por um médico especialista.
Quais são as causas?
O excesso de peso corporal, a falta de exercício físico periódico, a postura errada na vida diária social, e/ou profissional, a carga excessiva exercida sobre a coluna vertebral, como atividades físicas de academia podem resultar nas alterações das estruturas anatômicas que compõem a coluna vertebral. As causas de uma dor lombar aguda nem sempre podem ser identificadas.
Algumas destas condições que causam a dor nas costas são:
• Tensão muscular: Uma lesão esportiva, queda ou atividade extenuante pode contrair, estirar os músculos e ligamentos. A falta de exercício aumenta o risco.
• Abaulamento discal, protusão discal ou hérnia de disco: O centro do disco intervertebral (núcleo pulposo) pode deslocar-se no canal raqueano de maneira leve a intensa e romper-se por meio do anel fibroso, na parede do disco intervertebral e comprimir os nervos espinhais, ocasionando a chamada hérnia de disco, acompanhada habitualmente de uma lombociatalgia na maior parte das vezes.
• Estenose do canal lombar: O estreitamento do canal medular da coluna vertebral pode comprimir a medula espinhal, as raízes neurais e desencadear dor lombar, nas pernas, ciatalgia e mesmo cãimbras ao caminhar.
• A osteoartrite (doença degenerativa do disco): Os discos intervertebrais evoluem naturalmente com um processo degenerativo, ou seja desidratam-se, modificam sua forma, diminuem de tamanho, e na sua altura, e consequentemente diminuem o espaço entre uma vértebra e outra. Pequenas lesões na parede do disco intervertebral podem desencadear a dor lombar. Nestas situações, podem se formar osteófitos (bicos de papagaio). As articulações ampliam seu tamanho, desencadeando a artrose facetária e os ligamentos amarelos, que fazem proteção da medula e nervos, tornam-se mais espessados e atrofiados, causando, muitas vezes, uma síndrome compressiva lombar.
Como é feito o diagnóstico?
Uma avaliação médica neurocirúrgica especializada tentará buscar a causa do processo doloroso.
A avaliação diagnóstica inclui:
• história clínica da queixa atual e antecedentes do paciente;
• exame físico geral;
• exame neurológico: exames e testes para avaliar a força muscular dos membros inferiores, os reflexos, a sensibilidade e sinais habituais detalhados presentes nesta síndromes;
• exames de imagem: raios-x simples e/ou funcional, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética;
• exames neurofisiológicos: eletroneuromiografia, potencial evocado; e
• outros exames: cintilografia óssea, densitometria, discografia, eventualmente, podem ser necessários no auxílio do diagnóstico.

Tomografia Computadorizada - Raio-X – Ressonância Nuclear Magnética
Quais os tratamentos disponíveis?
Após o conhecimento do diagnóstico, o objetivo é, sem dúvida, melhorar e corrigir a sintomatologia apresentada, conhecendo-se a doença de base.
A fase inicial do tratamento deve sempre compreender meios de um autocuidado ao paciente, e estratégias não cirúrgicas.
A recuperação da dor nas costas ou a dor lombar aguda, na maioria das pessoas, responde rapidamente a tratamento não cirúrgico.
Inicialmente, manter-se em repouso, uso de medicação como relaxante muscular, até uso de anti-inflamatórios, fisioterapia analgésica, com exercício mínimo no início do tratamento podem resultar na melhora do quadro. A fisioterapia pode ajudá-lo a voltar à atividade diária de modo mais breve e evitar uma nova crise dolorosa e, posteriormente, auxiliar na postura corporal da vida diária social e profissional.
Exercícios físicos, com fortalecimento, e controle do peso corporal mais próximo do peso ideal, são elementos-chave para a profilaxia de novos quadros de dor lombar ou lombociatalgia.
A cirurgia da coluna vertebral é uma situação mais rara de indicação do tratamento da dor lombar ou lombociatalgia.
É sempre necessário um diagnóstico claro, específico, com história clínica, antecedentes, exame físico geral, exame físico da coluna vertebral, exame neurológico que demonstrem alterações compatíveis aos exames de imagem (raios-X, tomografia, ressonância), e exames neurofisiológicos, ou seja, situações onde se observa uma síndrome dolorosa associada à fraqueza muscular dos membros, decorrentes, por exemplo, de uma hérnia de disco comprovada ou uma estenose do canal medular cervical ou lombar grave, síndrome da cauda equina, etc., onde não se observa uma melhora após um curso razoável de tratamento não cirúrgico, ou uma situação aguda crítica com riscos ao paciente.
Nestas situações, apesar de sempre pensar no processo inflamatório da coluna vertebral ou uma hérnia de disco, situações como fraturas da coluna lombar, ou mesmo lesões tumorais devem sempre fazer parte das hipóteses diagnósticas, sobretudo em história clínica mal definida, procurar saber eventuais quedas, etc., mediante o histórico pessoal de cada paciente.
Recuperação e prevenção
A maioria das pessoas com dor lombar aguda responde ao tratamento conservador. Cerca de 90% estão livres de sintomas entre 1 e 2 semanas, e 10% recuperaram-se dentro de 3 meses nas primeiras crises de dor da coluna lombar.
Uma atitude positiva, atividade regular e um retorno imediato ao trabalho são elementos muito importantes de recuperação. Se as funções de trabalho regular diário não puderem ser realizadas, inicialmente, será necessário um afastamento.
A prevenção é a condição básica para evitar uma recorrência: REEDUCAÇÃO DA POSTURA (RPG) – PILATES – PERDA DE PESO CORPORAL com uma adequação nutricional, realizar exercício físico regular com alongamento e fortalecimento, contribuem e ajudam muito na vida diária de todas as pessoas.
Ainda, realizar sua atividade profissional em área de trabalho ergonômica, com boa postura durante a posição sentada, em pé, e também dormir com o abdômen para cima ou decúbito lateral alternado, e não fumar, vão complementar a boa qualidade de sua coluna vertebral, ou minimizar os futuros problemas, sobretudo, nas doenças degenerativas deste segmento anatômico tão exigido na vida diária.
